TEUJ - Tenda Espírita
Unidos por Jesus
Trecho retirado do livro “Legião – Um Olhar Sobre o Reino das Sombras” do médium Robson Pinheiro pelo espírito Angelo Inácio.
Capítulo 8: (Para não me alongar muito fiz alguns resumos)
Era um encontro focado na educação e na formação espiritual para o trabalho dos guardiões, espíritos que se especializaram nas tarefas de guarda e defesa, tanto de seres humanos quanto de instituições beneméritas ou representativas para o progresso da humanidade.
O local era uma base no próprio plano astral, onde se reuniam espíritos recém vindos da experiência carnal, admitidos como estudantes nas academias dos guardiões.
Os guias dessa assembléia eram um preto velho chamado Pai João de Aruanda e um chefe de uma equipe de especialista da noite chamado Jamar.
Basicamente, as pessoas que atendiam à esse encontro faziam perguntas e essas duas entidades respondiam e a primeira pergunta foi:
- Podemos chegar a conclusão de que qualquer guardião é sinônimo de Exú? E todo Exú é guardião das forças do bem?
- Na Umbanda e nos cultos de origem afro, a palavra exú é empregada para se referir aos guardiões – Elucidou Jamar. - Porém, como exú é um termo comum à terminologia africana e afro-brasileira, em geral apenas nos cultos citados é que se utilizam esse e outros nomes, que, aos olhos de muita gente, são estranhos ou destituídos de significado. Contudo, não podemos ignorar que os guardiões representam, em todos os planos onde atuam, uma forma de equilibrar as energias do universo, da mesma forma que os Exús. Sem os guardiões, muitas tarefas, senão todas, seriam inconcebíveis, tanto no plano físico como no astral. No entanto, não se deve fazer confusão, presumindo que todos os guardiões desempenham tarefas de igual teor. Também no plano astral, é necessário conceber a idéia da especialização. Assim sendo, nossos irmãos umbandistas poderão chamar todos os guardiões de Exús, indiscriminadamente, mas não entendemos que, a rigor, todo Exú seja um legítimo guardião, pois há aqueles considerados exús inferiores, como os sombras, da milícia negra dos magos*. (Sombras e magos são entidades explicadas anteriormente no livro, que basicamente formam os exércitos do “mal” no plano astral). De acordo com essa ótica, os chamados Exús superiores, conhecidos pela umbanda, podem ser denominados guardiões; os exús inferiores, ao contrário, podem ser denominados apenas de espíritos descompromissados com o bem.
- Seriam esses exús inferiores os próprios quiumbas disfarçados?
- Não exatamente! - respondeu Jamar. - Observamos requintes técnicos nas ações de muitos exús inferiores, fato que os distingue dos quiumbas propriamente ditos. Os exús inferiores organizam-se à semelhança de um exército, com seus diversos departamentos e hierarquia. Portanto não podemos reduzi-los a quiumbas, que são entidades simplesmente desordeiras, sem nenhuma especialização em seus atos. Entre estes, não há hierarquia nem definição clara de papéis, muito embora comumente estejam sendo usados por outras entidades que possuem mais conhecimento.
Pai João continuou:
- Há necessidade de estabelecer ordem e disciplina em todos os domínios do universo. Dessa forma, a falange dos guardiões desempenha uma função de zelar pela harmonia, a fim de evitar o caos. A presença de representantes da ordem a atuar como força disciplinar às regiões inferiores é imprescindível, se levado em conta o estado atual da evolução no planeta Terra. Poderíamos imaginar como seriam nossas atividade espirituais sem a dedicação e o trabalho dos guardiões? Imaginemos cidades ou países sem policiamento, sem disciplina, sem ordem alguma. Na umbanda, Exú é uma força de caráter masculino, é ativo, yang. Nos cultos de origem afro, é tido como agente mágico da natureza, correspondente às forças de equilíbrio. Como figura mitológica ou simbólica, Exú está intercalado nas encruzilhadas vibratórias, nos entroncamentos energéticos. Sob essa perspectiva, podemos entender que os guardiões, mesmo os de origem superior, representam a ordem, o ponto de equilíbrio, onde cessa o conflito entre o bem e o mal, entre a luz e a sombra. Isto é, são os Exús. Agem de acordo com a justiça, sem se pautar pelas noções de bem e mal desenvolvidas pelos encarnados. Orientam-se conforme a ética mais ampla e os conceitos cósmicos.
- E as chamadas pombajiras? Como podemos entender esse tipo de entidade e sua atuação?
- Bombonjira ou pombajira (dicionário Houaiss da Língua Portuguesa recomenda evitar a forma com “g”. O termo bombonjira, é bem menos usual, ainda que mais correto) – respondeu Pai João - é o elemento feminino, passivo, yin. É o correspondente feminino de Exú. Os espíritos que se apresentam como bombonjiras são agentes de equilíbrio das forças da natureza, mas que se sintonizam particularmente com a emoção e a sensibilidade. Agindo de acordo com essa vibração, trabalham nos cruzamentos vibratórios entre razão e emoção. Detectam o ponto de desequilíbrio e buscam o equilíbrio em processos que envolvem emoções fortes e causas mais ligadas à emoção e à sensibilidade, como família, sexualidade, etc. Podemos dizer que constituem uma espécie de polícia feminina do plano astral. Os exageros por ventura imputados a elas são normalmente decorrentes da ignorância de médiuns e dirigentes despreparados, ou que então, desejam manter o povo no cabresto da ignorância.
- Podemos dividir o trabalho dos guardiões em comandos – começou a falar Jamar. - à semelhança do que ocorre com um grande contingente de indivíduos responsável pela manutenção da segurança, cada grupo abarca um aspecto particular. De uma forma didática, apenas para facilitar o entendimento de voces, apresento um quadro condensado ou simplificado dessa estrutura:
* Primeiramente, no sétimo nível, o mais elementar, temos os guardiões cuja incubência é a guarda e a segurança de caráter pessoal. Sua atividade é voltada para o equilíbrio das energias e para a defesa de indivíduos, e por isso são errôneamente confundidos com os chamados anjos de guarda pessoais (um dos fatores que se especula ser responsável pelo erro, é a hegemonia cultural exercida pelo catolicismo, tanto na França, país originário da doutrina espírita, quanto no Brasil, já que anjo da guarda é uma expressão típica do fiel católico, assimilada, por conseguinte pelos habitantes das duas nações). Diríamos que são os recrutas do plano astral, pois, em sua maioria, são espíritos recentemente advindos da realidade física, que encontram nessa tarefa uma ocupação que é útil e, ao mesmo tempo, oferece vasta possibilidade de desenvolvimento das aptidões do lado de cá. Naturalmente, estão sob à orientação de outros mais experientes.
- Nessa classe de guardiões, podemos identificar aqueles que, na Terra, integraram as corporações militares?
- Também esses, mas não só – respondeu Jamar. - Há espíritos familiares, parentes ou amigos que, mesmo sem experiência na área militar, são capazes de inspirar a manutenção do equilíbrio ou de abraçar um compromisso com vistas à defesa das pessoas que lhes são caras.
Prosseguindo nas explicações a respeito dos guardiões, Pai João falou:
* Seguindo adiante encontraremos, na sexta posição da hierarquia astral, aqueles guardiões responsáveis por ruas, bairros e casas. Esses sim, em sua esmagadora maioria, tiveram alguma vivência como militares, policiais, detetives ou seguranças, já que o espírito é aproveitado do lado de cá de acordo com as tendências que possui, aliadas a bagagem que traz e com a qual se afinizou no período reencarnatório. Esses guardiões ou agentes de segurança astral cotidianamente evitam o assédio de inteligências perversas e desequilibradas ao ambiente das casas religiosas ou das instituições assistenciais e políticas com fins humanitários. Sob o ponto de vista umbandista, e levando-se em conta o vocabulário utilizado nos terreiros, estes são os que melhor se enquadrariam na definição de Exús. No entanto, vale lembrar, que para os espíritos sérios o nome como são denominados é irrelevante. Na verdade, desde os primórdios da organização da vida comunitária em nosso globo, reconheceu-se a importancia de um sistema de equilíbrio mundial. A necessidade de espíritos dedicados exclusivamente à manutenção da ordem, da disciplina e do equilíbrio começou já no momento em que a Terra recebia os primeiros contingentes de espíritos vindos de outros mundos. A partir de então, essa classe de espíritos, os guardiões, tem se aprimorado e especializado cada vez mais nas questões confiadas a eles.
- Com um esquema e uma estruturação tão completa e guardiões tão experientes, como podemos entender que na Terra ainda existam tamanhos desequilíbrios e em tão grande número, que ameaçam a todo instante a segurança dos povos e das pessoas? Porventura os guardiões não poderiam evitar os excessos cometidos pelos espíritos do mal ou pelas organizações terroristas, pelos grupos de extermínio e gangues, que se digladiam no dia-a-dia dos encarnados?
- Essa pergunta deve-se a um fator que nunca deve ser esquecido em hipótese alguma, no contexto da vida no planeta Terra. E esse fator é o livre arbítrio de cada ser humano, esteja ele no corpo físico ou não. E liberdade significa responsabilidade e a obrigação de arcar com as consequências de suas escolhas e de seus atos. Embora as diversas especializações e a eficiência das falanges de guardiões, seu trabalho no mundo não consiste nem visa à eliminação das lutas do cotidiano. Esses agentes de Deus não estão aí para poupar o homem de enfrentar as questões que ele mesmo engendrou ao longo dos séculos. A função dessas equipes não é privar os indivíduos ou governos dos desafios para o estabelecimento da paz, tampouco manter afastadas as inúmeras questões complexas e de natureza distinta que afligem a humanidade. Os guardiões são elementos de equilíbrio e não apenas de defesa. Sob essa ótica, sua atuação se limita à barreira do livre arbítrio das pessoas e comunidades. Além disso, a esmagadora maioria da população da Terra gravita ainda entre as expressões de animalidade e o despertar da lucidez espiritual. Poucos, muito poucos, em termos proporcionais, estão conscientes de suas responsabilidades com relação a si mesmos e ao mundo onde vivem. Portanto como pretender que o cotidiano não reflita a realidade do orbe, condizente com a índole turbulenta dos que nele habitam?
* Voltando ao comando dos guardiões, a quinta categoria, são os responsáveis pela ordem e disciplina das comunidades e assim portanto numa hierarquia superior à dos Exús propriamente ditos. Essa categoria responde pela guarda de oradores e divulgadores legítimos do pensamento espiritual, bem como de líderes religiosos e políticos de destaque, que promovam benefício real em suas comunidades.
*- E quanto a líderes mundiais, aos organismos internacionais ou àqueles que representam os interesses globais; terão eles uma proteção especializada?
- Para enfrentar os desafios concernentes a essas organizações e pessoas, investiu-se na organização da quarta classe de guardiões, ou seja, uma hierarquia superior. Eles são os responsáveis pelas instituições mundiais e pelos indivíduos que tem um papel importante na renovação da humanidade, através da difusão de idéias e ideais superiores, de uma forma mais pronunciada. Convém lembrar que especialização não significa evolução espiritual ou iluminação interior. Quando falamos de guardiões, estamos nos referindo a espíritos humanos, tanto quanto qualquer um de nós e, desse modo, com desafios pessoais similares aos que nós mesmos carregamos.
* Os comandos superiores dos guardiões se ocupam com questões cada vez mais amplas e determinantes para o contexto planetário. Assim é que o terceiro comando se destaca entre os demais. Esses espíritos estão presentes em grandes cataclismos, tais como explosões vulcânicas, terremotos e outros fenômenos naturais de igual monta, minorando e administrando seus efeitos. Monitoram atentamente as mudanças climáticas e psíquicas do sistema físico – astral do planeta Terra.
* O segundo comando de guardiões está ligado aos dirigentes espirituais do planeta. Sob seu encargo encontra-se tudo o que diz respeito à preservação e a manutenção da ecologia planetária, não somente no aspecto físico, mas, sobretudo, no contexto energético, espiritual e cósmico. Como incubência específica, controlam a rede de meridianos da Terra, redimensionando as energias de certos locais com natural potencial vibratório, preparando-os para um crescente fluxo de pessoas em sua direção, no caso de uma eventual convulsão de caráter mundial. Por exemplo no Iraque (na época que o texto foi escrito a guerra do Iraque estava no auge), alguns lugares inabitados devido à precipitação energética, que os tornava impróprios, tiveram de ser postos em condições de receber refugiados.
* Em sintonia com essa classe estão aqueles que denominamos primeiro comando das vibrações, isto é, os responsáveis por administrar os processos de transmigração dos espíritos entre os diversos mundos. O trabalho desses guardiões pode ser resumido em 3 itens: apoio e supervisão de desencarnes em massa, quando grande contigente de indivíduos aporta na fronteira astral; gestão do processo evolutivo da humanidade terrena, em nível cósmico, em ambos os lados da vida; e atuação direta nos períodos de transição entre eras espírituais.
Dentro dessas categorias ou comandos podemos encontrar outras subdivisões como os chamados especialistas da noite ou guardiões da noite, especializados nas questões que envolvem as obsessões complexas, ou os Exús Caveiras que são responsáveis pelas defesas energéticas dos cemitérios.