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Doutrina 11: Capítulo 14

Doutrina do dia 18 de Julho de 2015.

Honrai o vosso pai e a vossa mãe.

Essas palavras se encontram no novo e no velho testamento. É parte de um dos 10 mandamentos ditados por Deus à Moisés e Jesus ratificou na seguinte passagem:

Sabeis os mandamentos: não cometereis adultério; não matareis; não roubareis; não prestareis falso-testemunho; não fareis agravo a ninguém; honrai a vosso pai e a vossa mãe. (S. MARCOS, 10:19; S. LUCAS, 18:20; S. MATEUS, 19:18-19.)

Jesus disse que devemos amar ao próximo como a nós mesmos, mas não pode amar ao próximo aquele que não ama seu pai e sua mãe. Mas a palavra honrai quer dizer que além do amor devemos juntar o respeito, a atenção, a submissão e a condescendência. Tudo o que a caridade ordena com relação ao próximo de uma maneira geral devemos cumprir de maneira mais rigorosa com nossos pais. E esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e mãe, ou seja, aos pais adotivos.

De uma maneira geral, devemos manter a relação com nossos pais (o que o livro chama de piedade filial) a melhor possível em todas as fases de nossas vidas. Quando jovens, devemos obedecer e aceitar as decisões, que na maioria das vezes são entendemos as razões, mas que deve haver um motivo. Quando adultos, devemos agir de maneira a reconhecer o esforço do que foi feito por eles, a educação que nos deram e todas as lições de vida que nos passaram. Reconhecer o momento que nossos pais envelheceram acho que pode ser considerado o mais difícil. Poucas pessoas conseguem olhar para os pais e realmente entender que estão velhos e incapazes de realizar algumas simples tarefas diárias. Conseguimos ver isso muito facilmente com nossos avós, mas não nos nossos pais.

Como podemos reconhecer que aquela pessoa que estava lá presente por toda a nossa vida, agora é uma pessoa que repete as mesmas notícias 3 vezes, ou que esquece coisas que estava habituada a fazer rotineiramente? Mais importante do que reconhecer essa fase é ter paciência para aceitá-la.

É claro que isso vai ser um pouco diferente para cada um de nós. Alguns podem ainda morar com seus pais, outros podem não ter o convívio com eles por anos a fio. Outros podem até não ter relação alguma com eles, inimizade mesmo. Mas como umbandistas devemos entender as diferenças e amar ao próximo buscando pelo melhor entendimento para com nossos pais. Devemos buscar por esse entendimento mesmo não concordando com alguns de seus atos. As vezes, em nossos empregos, convivemos quase que diariamente com pessoas que não concordamos com suas atitudes. E fazemos isso por que precisamos do nosso emprego, então somos praticamente forçados a isso. E porque não podemos nos forçar a aceitar nossos pais como são e buscar um entendimento?

Essa parte da doutrina de hoje é mais para reflexão do que para ensinamento propriamente dito. Gostaríamos que todos vocês se perguntassem se estão tratando seu pai e sua mãe da maneira como eles realmente gostariam de ser tratados, mesmo que a recíproca não seja verdadeira. Mesmo que você ache que o tratamento dado por eles a você não é o que você merece.

Parentela corporal e parentela espiritual:

O povo se assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te chamam. – Ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, perpassando o olhar pelos que estavam assentados ao seu derredor, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; – pois, todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (S. MARCOS, 3:32 a 35; S. MATEUS, 12:47 a 50.)

Essas palavras de Jesus foram, muitas vezes, mal compreendidas. Como pode a pessoa que diz para horarmos o nosso pai e nossa mãe, mostrar tanta indiferença para com seus parentes e, de certo modo, renegar a própria mãe? Temos de levar em consideração que Jesus não desprezava nenhuma ocasião para passar um ensinamento. Podemos aprender aqui um pouco mais sobre a vida futura, que tantas outras vezes já falamos.

O corpo procede do corpo, mas o espírito não procede do espírito, por que o espírito já existia antes da formação do corpo e é criado por Deus, ou seja, não provem de outro espírito. Não é o pai ou a mãe quem cria o espírito do seu filho, o que eles fizeram foi fornecer o invólucro corpóreo, ou seja, criaram condições para que o espírito tivesse um corpo.

Na maioria das vezes espíritos que encarnam em uma mesma família são espíritos simpáticos, ligados por relações anteriores que aparecem em forma de afeição recíproca na vida terrena. Todos temos defeitos e como poderíamos explicar o amor que sentimos por um filho ou por uma mãe, mesmo sabendo e convivendo com esses defeitos, se não por relações anteriores que unem nossas vidas?

 

Podemos então dizer que existem 2 tipos de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. As primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos espíritos. As segundas são frágeis como a matéria, podem se extinguir com o tempo. Foi o que Jesus quiz dizer com “Aqui estão minha mãe e meus irmãos”, isto é, sua família pelos laços do espírito.

 

E então como seriam essas famílias espirituais e porquê permite Deus que mesmo os espíritos que não pertencem a essa família reencarnem na mesma família carnal? Quando desencarnamos levamos conosco os vícios ou as virtudes que nos acompanharam durante nossa vida e no mundo espiritual nos aperfeiçoamos ou permanecemos estacionários até que desejamos e merecemos receber a luz. Portanto muitos se vão cheios de ódio e de desejos de vingança e para alguns poucos mais adiantados é dado a oportunidade de vislumbrar as consequências dos seus atos e são conduzidos ou induzidos a compreensão de que o único caminho para Deus é a caridade.

 

Quando esses espíritos entram em contato com os seres que são as razões de seus ódios, mesmo os que entenderam que o caminho da luz é a caridade, hesitam, vacilam, e se agitam de sentimentos contrários. Após algum tempo de meditações e preces esse espírito pode pedir para fazer parte da família corpórea da pessoa a quem tanto detestou. E como será o seu procedimento? Dependerá da força de sua resolução para com o bem. Esse incessante contato com seres que tanto detestou constitui prova terrível, na qual muitos não conseguem passar. É assim que se explica essas repulsas por parte de certas crianças que parecem injustificáveis, pois nada nessa existência poderia provocar essa antipatia.

Devemos compreender que todos estamos aqui para progredir e devemos, a todo custo, evitar julgar qualquer pessoa, pois Deus, que é infinitamente justo e bom, encaminha seus filhos conforme o merecimento de cada um. Porque Ele não dá prova superior às nossas forças e só permite aquelas que podem ser cumpridas e se não foram cumpridas não foram por falta de possibilidade mas por falta de vontade.

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